segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Desenvolvimento Moral da Criança

Para Jean Piaget, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais se dá durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais. Assim sendo, podemos concluir que esse processo requer tempo.
Para que estas interações aconteçam, há a ocorrência de processos de organização interna e adaptação e essa ocorre na interação de processos denominados assimilação e acomodação.
Os esquemas de assimilação se modificam de acordo com os estágios de desenvolvimento do indivíduo e consistem na tentativa destes em solucionar situações a partir de suas estruturas cognitivas e conhecimentos anteriores. Ao entrar em contato com a novidade, retiram dele informações consideradas relevantes e, a partir daí, há uma modificação na estrutura mental antiga para dominar o novo objeto de conhecimento, gerando o que Piaget denomina acomodação.

"Piaget, ainda, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas:
- anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.
- heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.
- autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral."

Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e intelectual.
De acordo com esta teoria Piagetiana podemos pensar que os alunos que não estavam no início do ano alfabetizados, fora pouco estimulados pelos adultos, seus mestres. Portanto não tiveram estes  a preocupação da reciprocidade onde todos devem cumprir seus papéis para que a acomodação aconteça. Os alunos não foram conduzidos pelos seus professores a saírem de seus estados de anoía para o estado de autonomia a ponto de ficarem em suas salas de aula para construírem seus processos de alfabetização.


Bibliografia:
PIAGET, Jean.
Site consultado 10/08/2010.
O Juízo Moral na Criança. São Paulo: Summus, 1994.

3 comentários:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Cristina:

Estes conceitos de Piaget ilustram bem a falta de limites de muitos...

Ele estabeleceu a idade de 9 a 10 anos para a fase da heteronomia, mas infelizmente o que se vê são muitos adultos ainda heterônomos, não é mesmo?

Grande abraço, Anice.

Cristina de Siqueira da Silva disse...

Querida Tutora Anice, como é bom receber teus comentários de incentivo. Eles me fazem ter mais vontade de estudar, muitos dias chego tão cansada que só tendo um elogio e um querer maior para seguir em frente.
Obrigada.
Um grande abraço.
Tu é D+.
Cristina de Siqueira da Silva.

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Cristina!

Fiquei contente ao ler teu comentário! :)

Espero esta semana novas postagens referentes às interdisciplinas, certo?

Grande abraço, Anice.