segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Estudando o tema a ser investigado no TCC.

Pretendo estudar o tema "LIMITE" para fazer novas descobertas, novas contatações e acredito chegar a novas conclusões ou até mesmo tecer novas certezas provisórias a respeito do tema.
Preciso delimitar o problema ou a pergunta que não se cansa de gritar: 
"Como o limite interferiou na aprendizagem de alguns alunos que chegaram a o início do terceiro ano da séries iniciais pré-silábicos?"

A tuma 32 da Escola Municipal de Gravataí na qual eu fiz o estágio curricular supervisionado havia 34 alunos, 8 dos quais, 6 meninas e 2 meninos não estavam alfabetizados estavam apenas pré-silábicos.  Os demais alunos estavam alfabéticos. Já estavam lendo palavras simples, pequenos textos e histórias infantis.
Fiz uma reuníão com as mães individualmente na 4ª semana de aula para uma entrevista sobre aqueles alunos especificamente e fazer algumas indagações a fim de dar alguns encaminhamentos e saber se as mães tinham conhecimento da condição de seus filhos, já que elas até então não haviam se manifestado quanto aquela situação.
Eu percebia em especial que aqueles alunos pré-silábicos queriam estar sempre na rua, pediam para beber água a todo momento, não traziam a garrafa d'água solicitada, queriam ficar no recreio além do tempo determinado, quando o período da recreação não era o último período eles queriam ficar mais tempo, saam da sala sem pedir licença. Eles tinham um comportamento e atitudes de pessoas que não estavam acostumados a imposição de limite nenhum. Foi necessário buscar informações sobre estes alunos com os quais eu estava trabalhando, oito dos quais advindo de turmas de nossa escola mesmo e 2 de uma escola Estadual do município de Gravataí.
Os respostas das mães aos serem entrevistadas durante o trabalho inicial do terceiro ano e no  estágio curricular foram unânimes em dizer que seu filho(a) não aprendeu a ler por não parar em sala de aula. As questionei individualmente sobre o que significa não parar em sala de aula. Obtive várias respostas:

  1. Ela não obedecia a professora, a professora não se impunha com ela... Ela não parava na sala de aula, preferia ficar no pátio brincando e correndo. (tuma A)
  2. Ela ficava emburrada com as negações da professora, batia boca com ela e não fazia a tarefa, só queria correr na escola... (turma A)
  3. Não fazia as atividades propostas, ficava brincando com as bonecas diponíveis em sala de aula. (turma B)
  4. A professora disse que ela não queria nada com nada, também a professora tinha muitos alunos e dois eram especiais... (turma B)
  5. Eu não entendo como uma criança tão pequena pode chegar na escola e se governar...também com aquela turma de inclusão eu tinha até pena da professora...Minha filha não conseguia se concentrar na aula por isso não aprendeu a ler. (turma B)
  6.  A minha filha não obedece nem a mim, só ao pai, na escola eu acho que foi assim também, por isto eu acho que não ficava na sala de aula. Também a professora tinha muitos alunos especiais. Acho que foi assim mesmo, ela não ficou alfabetizada por a turma ser de inclusão. (turma C)
  7. O meu filho não está lendo porque ele não aceitava ficar na aula, fazer as atividades e a professora dizia que achava que ele era hiperativo. (outra escola)
  8. O meu filho foi encaminhado para o serviço médico especializado, a professora disse que le era hiperativo, por isto não conseguia ficar na sala. (outra escola)
Pretende-se com este trabalho investigar o que significa o termo limite e como se dá o processo de construção deste pelos alunos das séries iniciais. Investiga como os professores das séries iniciais contribuem , ou não, para que seu alunos neste processo façam a construção do limite. A luz de Jean Piaget o qual...

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Cristina:

Aos poucos, teu orientador te ajudará a direcionar as investigações a respeito do tema.

Pelo teu relato estás bem animada para te aprofundar ainda mais nestas questões. A motivação é essencial nestas horas.

Grande abraço, Anice.