quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O desenvolvimento cognitivo das operações concretas e os respectivos comportamentos

O desenvolvimento cognitivo das operações concretas e os respectivos comportamentos


             Neste período, e conforme Piaget (1976), a criança reorganiza seu pensamento e deixa de confundir o real com a fantasia. Tem inspiração na realidade concreta e nela vê os exemplos que compõe o seu aprendizado. Apresenta raciocínio predominantemente descritivo e intuitivo, partindo do geral para o específico, e interioriza algumas regras sociais e morais que vão conduzindo seu modo de vida.
          Ainda segundo Piaget (1976), neste estágio as crianças desenvolvem um sistema organizado de pensamento, o qual se baseia em símbolos. Buscam descrever o ambiente, ao invés de explicá-lo, e tornam-se menos egocêntricas. Tem sua intuição reduzida em função das coisas concretas, e o desenvolvimento crescente de sua inteligência. Começam a se tornar mais responsáveis, inclusive no convívio social, além de cada vez mais analíticas. Os porquês começam a ser uma constante, e a emancipação dos adultos torna-se visível.
        Com relação ao comportamento, em casa as crianças buscam no pai a figura do ídolo e querem cada vez mais independência. Na escola tem espírito competitivo, assim como busca a reconstrução de um mundo próprio. A organização mental fica cada vez mais integrada, e a flexibilidade de pensamento permite diversas aprendizagens. As análises lógicas tornam-se constantes, e o sentido de construção passa a ser o ideal de vida. As birras e a imposição de vontades próprias começam a aparecer, assim como situações de conflito entre professor e
aluno. 
            Penso que a criança que teve uma vivência com experimentoos saudáveis com os familiares têm facilidade em mudar as etapas de sua evolução com tranquilidade e sem sofrimento. Na escola os alunos conseguem manter uma relação de empatia e de cooperação quando em seu lar foi propiciado tais experiências. Acredito que o lar é o palco onde é alicerçado nossa contrução de de moralidade, a escola contribui, ajuda faz muitas vezes até milagre, no entanto é no seio da família que ela faz determinadas construções que determinarão este algo mais em seu desenvolvimento.   
        
 

REFERÊNCIAS:

PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1976

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A vida como processo de conhecimento...

   
Humberto Maturana (1992), em sua teoria da Biologia do Conhecer, nos mostra que é preciso entender a vida como um processo de conhecimento e que o viver e o conhecer são inseparáveis. Não se trata, portanto, de adquirir conhecimento, já que este, como fenômeno biológico, ocorre no ser vivo o tempo todo, e sim, de um processo contínuo de transformação estrutural de um organismo com outro. Em outras palavras, "o conhecimento acontecerá, num domínio de interações de qualquer sistema dinâmico enquanto opera num acoplamento estrutural com suas circunstâncias".(Mpodozis e Matuana,1992).

        Penso que os seres humanos estão em constante evolução e que é deste ponto de vista que Maturana parte, visto que ele sendo Biólogo apresenta esta afirmativa a partir da  evolução dos seres. Também no que tange ao conhecimento em ser adquirido ou desenvolvido é a mesma coisa, visto que não podemos separar um do outro. Entendo que é tudo muito entrelaçado. Quando vamos desenvolver qualquer trabalho com os nossos alunos, precisamos partir sempre do ponto de vista deles, do conhecimento que eles têm, isto que dizer que o aluno não é uma tábula rasa, tem vivência e conhecimento que podem ser bastante diferentes dos do professor. Sendo assim acredito que ninguém perde o encanto... E viva os PAs.
Que trama que eu fiz agora... Consegui me fazer entender?
 
 
BIBLIOGRAFIA:
 
MPODOZIS, H, MATURANA, Humberto. El origem de las espécies por midio de la deriva natural o la diversificación de los  linajes e través de la conseervacion y el cambio de los fenotiposo ntogénicos. Museo Nacional de História Natural do Chile, Publicación Ocasional – Chile, Editora 1992.

domingo, 10 de outubro de 2010

A internet...

            A Internet propicia um ambiente autônomo, pois serve de modelo à criação de grupos de discussão, nos quais comunidades virtuais exploram as riquezas existentes na população, trocando questionamentos, criando uma memória coletiva, oriunda da interação das pessoas. A organização dos sistemas vivos é circular, auto-referencial e sua organização é uma organização fechada e, portanto autônoma. No ser vivo, há um processo de autoconstrução e autonomia, que, a partir de um sistema complexo, se articula com a rede, e, portanto, com a Internet. Como não há reprodução de uma realidade externa – não há representação – o meio externo só age como elemento perturbador que desencadeia mudanças. Por isso que dizemos que o modelo da vida é o modelo da rede, pois tudo acontece na interação, e o modelo rede está em todas as dimensões do humano, no sistema imunológico, nervoso, social, nos remetendo conceito de autopoise, cunhado por Maturana e Varela “os seres vivos se caracterizam pelo fato de, literalmente, se produzirem continuamente a si mesmos, e assim, chamamos a organização que os define, de organização autopoiética”. (Maturana e Varela, 1990, p. 25).

Referências:
MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. As bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Editora Psy II, 1995 e editorial Universitária,1990.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O que é aprendizagem?

                                             

              No livro Da Biologia a Psicologia, Maturana (1998, p. 32) aponta que “aprendizagem é o caminho da mudança estrutural que segue o organismo (incluindo seu sistema nervoso) em congruência com as mudanças estruturais do meio como resultado da recíproca seleção estrutural que se produz entre ele e este, durante a recorrência de suas interações, com conservação de suas respectivas identidades”.
               Concluímos que aprendizagem é a mudança estrutural do indivíduo no meio e com o meio, bem como do meio. Compreendem-se as trocas interpessoais, o próprio meio físico ambiental e a formação biológica de cada indivíduo. O indivíduo em suas relações interpessoais desenvolve um intercâmbio através da linguagem e emoções que podem facilitar ou dificultar as formas de relações hierárquicas. Fato que conduz as relações entre professores e alunos ao sucesso ou ao fracasso. Isto é considerando como é a aprendizagem sendo conduzida por uma relação de afetividade e autonomia de todos os envolvidos, a relação de coação vai dificultar a cooperação dos indivíduos com a finalidade de chegarem as propostas e desenvolvimento de aprendizagens autônomas.
             Conforme Real (1997, p. 38) “[...] Aprendizagem não é definida a partir da representação de algo, mas como acoplamento a uma nova circunstância, por isso se dá na estrutura do conviver”.
             Aprender com os outros na escola é poder participar de atividades envolventes que tornam as emoções e os desejos dos envolvidos na aprendizagem fonte insaciável de saberes. Aponto a aprendizagem com os outros como todas as formas de aprendizagem que envolvem as relações interpessoais, atividade esta que requer favorecimento  de autonomia, onde cada indivíduo faz suas próprias escolhas. Autonomia que pressupõe cooperação de todos, trocas de saberes, mudança de paradigmas, certezas provisórias e dúvidas temporárias na busca do crescimento individual e coletivo.

REFERÊCIAS:

MATURANA, Humberto. Da biologia a psicologia. 3.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

REAL, Luciane M. Corte. Aprendizagem Amorosa na Interface Escola – Projeto de Aprendizagem – Tecnologias Digitais. Porto Alegre: UFRGS, 2007. 134 f. Tese (Doutorado em Informática na Educação) - Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.