domingo, 4 de outubro de 2009

EJA, ainda falta muito...mas já estamos fazendo...

Somente com a luta de profisionais comprometidos que somos podemos tornar a EJA um processo de educação que mudará o meio em que vivemos.POdemos sonhar com uma sociedade mais humana,justa e igualitária.
O que mais impressiona é de fato a falta de qualidade que tem o serviço de educação para a EJA, o que torna mais excludente ainda aquelas pessoas que resolvem retomar os estudos, que pensam em melhorar de vida através da educação, muitas estão em busca da realização de um sonho. Não há uma política pública para tornar estes indivíduos verdadeiramente incluídos, cidadãos que vivem sem dignidade, sem um mínimo de condições. São indivíduos que após uma árdua jornada de trabalho vão à sala de aula e que muitas vezes precisam voltar para casa por falta de professores.
Em épocas eleitorais é prática de interesseiros políticos que pretendem sua perpetuação no poder, patrocinar excursões para cidades como Porto Alegre para que os alunos assistam peças de teatro e outros espetáculos. Sabemos que muitos até se iludem com estas ofertas, mas nós que trabalhamos há bastante tempo e que já temos uma certa vivência em políticas públicas sabemos que em qualquer início de projeto com objetivo de manter alguém no poder ou de tirar a oportunidade de alguém de partido contrário eleger-se surgem apoios financeiros inesperados e abundantes. Após as eleições tudo fica como antes. Neste início de ano faltou merenda nas escolas do Município de Gravataí pois a gestão anterior não havia pago os fornecedores.
Os alunos da EJA que freqüentam a escola na qual eu trabalho, muitos vivem nas área de invasão, onde não há saneamento básico, o meio de transporte é precário e praticamente tudo ali falta. Penso que os que ainda estão estudando é mesmo graças a busca de realização de sonhos e o brilhante trabalho dos meus colegas, pois eu não trabalho na EJA.
Estou lendo o texto de HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992. Penso que ele nos faz refletir e ver o quanto ainda somos escravos onde temos uma economia globalizada e que aquele que tem muito cada dia fica mais rico e aquele que não tem nada fica cada vez mais pobre, pobre não, míserável.