segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Doze Homens e Uma Sentença

Assisti o filme e pude perceber e refletir que a grande maioria dos jurados não estavam preocupados com as evidências e sim com o preconceito, com a condição financeira da qual era proveniente o réu. O rapaz em julgamento era pobre, nasceu na margem da sociedade e assim como este caso muitos podemos constatar em nosso cotidiano, tanto como profissionais como cidadãos comuns. No filme aparece um jurado com o argumento que este era um imigrante. Tendo ficado parte da vida em um orfanato, filho de pai estelionatário era na concepção de muitos, evidência suficiente para condenação. Bem, em nossa sala de aula quantas vezes, se não estivermos atentos somos induzidos pelo grupo a atitude semelhante, pois alunos que por serem danados sempre são apontados como cúmplices de ações que são consideradas erradas. Também colegas das séries iniciais que são um pouco mais rigorosos ou tradicionais são sempre culpados pelas atitudes de determinados alunos como a timidez, o medo de errar, o que nem sempre é verdade. De modo geral temos o péssimo costume de julgarmos apenas pelo preconceito e não pelas evidências na verdadeira concepção da palavra. Evidência não é o que eu acredito, mas sim aquilo que pode ser comprovado, é tudo que está certo e claro, é aquilo que não pode ser contestado.Portanto alguém é sempre inocente até que se prove o contrário.
Podemos dizer que todos os indivíduos que nascem nas favelas deste nosso \"País Continente\" estão sentenciados a serem drogados, assassinos, traficantes, ladrões?
Eu acredito que todos nós podemos ser bons ou ruins dependendo mais das oportunidades que temos do que mesmo das nossas origens.Sendo assim alguém só pode ser condenado se as evidências forem óbvias, incontestáveis. No filme após o voto contrário de um jurado foi aberta a discussão e então um a um foi mudando seu voto, portanto todos concluíram que por falta de evidências o réu estava absolvido da pena de morte.
Tenho a satisfação de com estas reflexões, reavaliar o que no cotidiano da vida profissional faz com que determinados alunos sejam levados pelos educadores ao facasso escolar e a marginalidade social.

Um comentário:

Tutora Daisy disse...

Jóia essa tua reflexão, Cristina! Vamos continuar nessa linha... Como você vê essa questão da evidência e do "achar", do que é senso comum e o que é científico? Que relações isso tem com o nosso cotidiano na escola? Como utilizamos isso junto aos alunos? O que aprendemos sobre esse assunto na escola e na vida? Por que muitos de nós têm esse ímpeto de julgar e não analisar os fatos? O que acontece nesse processo que nos leva a isso? Ou não somos levados, somos produzidos dessa forma? O que achas?